Introdução
O espiritismo, em suas diversas formas, sempre fez parte das culturas. A curiosidade talvez seja a principal motivação por trás dessa prática. A possibilidade de se comunicar com seres que de alguma forma são superiores aos humanos, que vivem em um mundo diferente do nosso, desperta interesse. Independente de como sejam identificadas essas entidades, inúmeros foram aqueles que se disseram capazes de estabelecer contato, e um número maior ainda procurou este contato. A prática é antiga, e a proibição da mesma no Pentateuco, escrito há cerca de 3.500 anos, revela sua antiguidade.
No Brasil, o espiritismo de fato “vingou”. De fato, como disse Pero Vaz de Caminha em sua carta, “dar-se-á nela tudo”; aqui em se plantando tudo dá. No campo religioso, isto não é diferente. A crença espírita, principalmente a kardecista, experimentou um crescimento fenomenal em nosso país. Com suas características próprias, esse movimento é sem dúvida um dos maiores.
Diante desses fatos, nós, como cristãos, temos de nos preparar não apenas para defender nossa fé diante desse grupo, que se considera o verdadeiro cristianismo, mas também para trabalhar com eles de tal modo que possam perceber o engano de suas crenças. A forma como é ensinada a doutrina espírita faz parecer algo inofensivo e positivo, quando na verdade carrega consigo perigos imensos. Sob a máscara da bondade se escondem influências satânicas terríveis.
Cremos que é hora de despertarmos para aquilo que o espiritismo representa em nossa nação. Considerando apenas o kardecismo, de acordo com o último censo, temos quase quatro milhões de adeptos; uma verdadeira nação espírita, pois este número é maior do que a população do Paraguai. Só esta informação já seria suficiente para provocar em nós alguma reação.
Não basta saber e conhecer os erros por eles semeados, não basta provar que seus ensinos são antibíblicos e mesmo demoníacos; é necessário aprendermos a responder às proposições espíritas e fazer-lhes as perguntas certas, perguntas que os levarão a pensar sobre suas crenças e práticas. Dificilmente alguém no Brasil não convive com um espírita. Na família, no trabalho, na escola, é muito fácil encontrar pessoas com graus diferentes de envolvimento com os espíritas. Alguns frequentam um centro espírita, outros apenas leem livros, e outros professam alguma crença sem muita convicção ou apego, mas ainda assim são simpatizantes.
Temos de estar prontos para “responder com mansidão a qualquer que pedir a razão da esperança que há em nós” (1Pe 3.15). A crítica espírita ao cristianismo é ferrenha e as distorções produzidas são bem argumentadas. Precisamos aprender para sermos instrumento de Deus, para abrir os olhos desses milhões de pessoas.