Introdução

Rubem Martins Amorese, consultor legislativo do Senado Federal, escritor e membro da Igreja Presbiteriana do Planalto, Brasília, DF, fez a seguinte declaração sobre a importância de se levar o evangelho aos homossexuais: “Se a igreja se cala (…) deixa de proclamar profeticamente a esses pecadores que há salvação e vida abundante em Cristo” (Revista Ultimato, set./out./98).

Alguém pode pensar que encarar a questão homossexual no contexto de estudo das seitas seria uma atitude fora de propósito, pois a homossexualidade está longe de possuir qualquer conexão religiosa. Segundo esse ponto de vista, mesmo em se tratando de uma ideologia, o movimento homossexual não oferece abrangência suficiente para incluir-se nessa categoria. Ele seria no máximo uma prática pecaminosa condenada pela Palavra de Deus.

Entretanto, não se pretende abordar a homossexualidade apenas em termos comportamentais. Como prática, ela talvez seja tão antiga quando à prostituição. Basta olhar para o capítulo 19 do livro de Gênesis e ver que entre os habitantes de Sodoma a homossexualidade era uma atitude comum, a ponto de o nome da cidade ter dado nome à prática: sodomia. A homossexualidade esteve presente na história de diversos povos, abertamente ou em oculto, e talvez tenha sido praticada em maior escala do que foi possível registrar.

Não estamos falando apenas do pecado homossexual. Como pecado, ele é igual a qualquer outro, como o adultério, a prostituição, o incesto, a pedofilia. Entretanto, esses atos pecaminosos são cometidos sem que ninguém levante qualquer bandeira para defendê-los. A questão homossexual, diferentemente, tem tido defensores que lançam mão de supostos argumentos científicos, filosóficos e até bíblicos para legitimá-la. Em outras palavras, nossa abordagem não focará a homossexualidade como ato apenas, mas como um conjunto de ideias que defendem esta prática.

Nossos dias atuais têm sido testemunha de algo inteiramente novo. Toda uma literatura apologética foi sendo desenvolvida nos últimos anos para legitimar e defender a prática homossexual como aceitável e natural. A Bíblia, por sua condenação a esse tipo de comportamento, tornou-se alvo não apenas de crítica, mas de contra-argumentações diversas, que procuram minimizar, escarnecer ou negar as suas afirmações sobre o assunto. Há quem tenha até mesmo tentado defender esse pecado atribuindo tal atitude a personagens bíblicos!

Aliás, no âmbito teórico, essa questão avançou ainda mais. De fato, hoje temos aquilo que tem sido denominado de “teologia gay”, que é uma tentativa de dar respaldo bíblico a esse tipo de comportamento sexual. Grupos religiosos gays não negam a autoridade da Bíblia. Entretanto, distorcem o seu conteúdo, procurando afirmar que a mesma não condena o relacionamento homossexual, mas que, ao contrário, aprova-o e defende-o. Diante desse fato, a apologética torna-se completamente necessária.

Atualmente, há até mesmo igrejas que decididamente assumem tais práticas como normais e não veem qualquer objeção bíblica a isso. Diante das proposições das Escrituras Sagradas, só podemos tomar a atitude de analisar e refutar essas pretensas afirmações. Até mesmo as assertivas de que o cristianismo fomentaria o ódio aos homossexuais não corresponde de forma alguma à sadia ética cristã. Nossa discordância não presume rancor e muito menos agressão dirigida. Apenas significa aceitação plena dos princípios bíblicos.

A Bíblia não aprova o ateísmo, não aprova o adultério, não aprova o incesto, não aprova a idolatria e inúmeras outras práticas e crenças que sempre foram expostas à luz da Palavra de Deus com o devido respeito e consideração às pessoas. Isso não pode ser diferente com os homossexuais. Na verdade, a questão tem sido colocada de uma forma a criminalizar qualquer discordância.

Em nosso entendimento, os homossexuais são livres para discordar da abordagem do cristianismo e da Bíblia em relação à prática homossexual. A atitude atual, porém, vai muito além disso, amordaçando manifestações contrárias e criminalizando oficialmente os discordantes. É preciso responder de maneira racional e lógica aos homossexuais, mesmo porque, como em diversos casos semelhantes, muitos já mudaram sua opinião sobre o assunto e outros até mesmo abandonaram essa prática.

Não se trata de discutir apenas ações, mas as bases que justificam ou condenam tais ações. O movimento homossexual tem procurado entremeter-se em áreas diversas como: biologia, sociologia, psicologia, política e, até mesmo, religião, no afã de justificar-se. Nada mais legítimo do que analisar essas proposições e respondê-las à luz da Palavra de Deus.