Introdução

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto” (Gn 1.14-19).

A finalidade de Deus, ao criar os astros e as estrelas, era iluminar a terra e determinar o andamento regular do tempo. De modo algum, sua pretensão foi, por meio deles, controlar o temperamento ou o destino do homem sobre a terra. Essa concepção não é real nem bíblica, antes, é querer usar as estrelas e os astros para um fim que não foram criados. O resultado só pode ser um grande engano.

Os astrólogos, sim, têm influenciado a atitude dos homens, levando-os a confiar mais em supostas previsões dos astros do que no exercício do seu livre-arbítrio diante de um Deus pessoal que exige deles uma resposta. Mas, os astros não têm nada a ver com isso. Os que pensam estar sendo manipulados pelo sol, pela lua e pelas estrelas, na verdade, estão sendo manipulados pelos astrólogos. Se pensarmos que Ronald Reagan, um dos presidentes americanos mais destacado, e sua esposa, quando no governo dos EUA se utilizava constantemente de astrólogos, só podemos concluir que esses, sim, têm influenciado o mundo, não as estrelas, que, se tivessem consciência, ficariam coradas de vergonha como que é dito e feito em seu nome. Os “analfabetos do espaço”, incapazes de ler o que dizem as estrelas, sujeitam-se docilmente àqueles que alegam poder fazê-lo.

A astrologia tem sido um sistema de arte divinatória que, durante milênios, tem influenciado a conduta da humanidade. Mas, nem sua antiguidade nem sua popularidade podem torná-la veraz. Não há respostas satisfatórias para muitas perguntas concretas sobre este assunto. Há muitos motivos pelos quais não podemos crer na astrologia. Se sua popularidade puder comprovar alguma coisa, então, existem muitos outros absurdos que deveremos aceitar como verdade. Por que não cremos na astrologia?

Ao falarmos de astrologia, não estamos falando de uma seita no sentido usual da palavra. Os praticantes ou crentes na astrologia não formam sequer um grupo definido. Em si mesmo, a astrologia não abrange todos os aspectos relacionados a uma determinada religião. Ninguém conseguiria fazer da astrologia a totalidade de sua religião, pois, as crenças diretas e indiretas relacionadas à astrologia não supriria esse aspecto da vida humana.

Por outro lado, a astrologia, geralmente, se associa com outras crenças místicas, como, por exemplo, a reencarnação, a wicca e toda sorte de misticismos e ocultismo. Parte do movimento Nova Era integra essa prática em seu currículo. Não raramente o espiritismo a abraça.

Acreditar na astrologia em sua forma místico-esotérica não é coisa tão simples quanto parece. Como toda crença, ela envolve uma cosmovisão, uma maneira de encarar a realidade e de se relacionar com ela. Ao aceitar o fato de que a posição dos astros determina aspectos da vida de uma pessoa, é preciso explicar porque isso é dessa forma. E, se é dessa forma, quem determinou essa relação entre a posição dos astros e o destino humano? Que tipo de força existe na conjunção dos planetas e das estrela capaz de controlar o futuro de uma pessoa?

Quando certos fatos são relacionados, surge a questão da origem desse conhecimento. Como alguém sabe que tal estrela, tal planeta, tal formação influencia isto ou aquilo? É um conhecimento oriundo da lógica, da experiência, ou é um conhecimento “revelado”? Se é revelado, quem o revelou? Como se originou esse saber? É certo, é seguro, pode ser comprovado?

Como vemos, a aceitação da astrologia suscita uma quantidade enorme de perguntas. E muitas dessas perguntas, sequer, são feitas pelos seus seguidores. Há uma aceitação passiva das afirmações astrológicas, um apego ingênuo aos seus pressupostos. Como a maioria das práticas que envolve artes de adivinhação, os participantes lidam com algo de significado tão amplo. Contudo, ignoram a maior parte do que está envolvido.

Dentro do escopo da astrologia, temos um leque muito grande de seguidores e praticantes. Desde pessoas que têm por hábito ler diariamente seu horóscopo, como uma rotina sem muito significado, até aqueles cujo envolvimento com o oculto os levou a traçar seus mapas astrais.

Dentro desse amplo painel, há uma categoria de pessoas que não veem qualquer contradição entre a Bíblia e a astrologia. E não é comum encontrarmos pessoas utilizando certas passagens para justificar essa posição. Claro que não precisamos nos tornar astrólogos para rejeitar as proposições da astrologia. Em suas premissas básicas, elas estão em desacordo com a visão das Escrituras, e aqueles que procuram se justificar, intelectualmente, por sua prática, devem ser confrontados com as verdades bíblicas.

Há muito de ingenuidade naqueles que acreditam na astrologia. Todavia, existe, também, muita coisa sinistra e oculta que precisa ser analisada e exposta. Se a Bíblia é a base de nossa fé e prática, será com ela que havemos de analisar a astrologia. Entretanto, além da Bíblia se opor aos seus conceitos, a verdade é que ela não se sustenta nem mesmo diante da realidade. Suas proposições são incoerentes e inaceitáveis.