Introdução

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Antes de qualquer comentário, é fundamental sabermos que as seitas podem ser enquadradas no grupo dos povos não-alcançados. Segundo a definição da ­JOCUM, “um povo é um grupo significativamente grande de indivíduos que entendem ter uma afinidade comum uns pelos outros. Eles compartilham a mesma linguagem, religião, etnia, localidade, ocupação, ou mesmo um combinado disto. Um povo tem um nome e é apto para ocupar um local. O termo ‘não-alcançado’ ou ‘não-evangelizado’ surgiu para definir um grupo de indivíduos no qual não há uma comunidade nativa de crentes (cristãos) capazes de evangelizá-lo. Muitos destes grupos não têm conhecimento de quem é Deus…”.

Embora não seja possível incluir completamente as seitas dentro desta definição, há muita analogia entre elas e os povos não-alcançados. Isto porque as seitas não vivem em grupos isolados, mas estão misturadas em meio às sociedades, quer urbana quer rural; possuem características comuns que as unem em um bloco mais ou menos homogêneo, e nem sempre há uma comunidade evangélica trabalhando no sentido de alcançá-la. Ainda que tenham um conhecimento de Deus, este conhecimento é distorcido, de modo que este se torna apenas aparente. Ou pior ainda, este conhecimento se torna uma fortaleza que se opõe ao verdadeiro conhecimento de Deus (2Co 10.4-6)

É comum a igreja cristã sustentar uma visão sobre este grupo específico, como uma espécie de “praga” que precisa ser “combatida” e “destruída”. Esta visão é muito semelhante ao posicionamento católico contra as heresias na Idade Média, que deu origem à Inquisição, ou como no caso dos muçulmanos, que deu origem às Cruzadas.

Embora os conceitos nocivos devam definitivamente ser combatidos e desmascarados pela Igreja, tal como feito pelos apóstolos e pelos chamados pais apostólicos dos primeiros séculos da Era Cristã, é necessário uma nova visão. Não combatemos pessoas, mas conceitos. Os sectários nem sempre são lobos vorazes. São muitas vezes vítimas inocentes, que na sua busca por Deus foram enlaçadas por mentiras propagadas com capa de cristianismo.

Foi justamente observando este perfil que selecionamos dois grupos religiosos para comentar nesta disciplina, a saber: as Testemunhas de Jeová, e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons). A eleição dos mesmos levou em consideração a militância apologética que esses dois grupos apresentam.