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Natal

Natal – celebrar ou não?

Alguém já disse que, quando temos somente um relógio, sabemos exatamente que horas são. Quando temos dois relógios, então já não temos certeza. Diante dos pontos divergentes, somos obrigados a refletir e escolher o caminho. Assim tem acontecido com o Natal.

Houve um tempo em que ser cristão e comemorar o Natal eram as coisas mais naturais do mundo. Afinal, é o nascimento de Cristo, não é? Bom, há controvérsias.

Qual o significado do Natal?

Primeiramente, para muitos estudiosos cristãos, o Natal como nascimento de Jesus é uma comemoração artificial. Já se sabe com certeza que ele não nasceu no dia 25 de dezembro. Sabe-se inclusive que nesta data, no Império Romano, era comemorado o solstício de inverno e havia uma festa em honra a um deus chamado Mitra. Diante dessas informações, muitos cristãos entenderam que não seria correto comemorar o Natal. Mesmo porque não existe na Bíblia nenhuma ordem para se comemorar o dia do nascimento de Jesus.

Em suma, comemorar o Natal tornou-se, para muitos cristãos, algo sem sentido. Ele não nasceu nesta data. Esta data tem origem pagã. A Bíblia não ordena sua comemoração.

Somando-se a isto, temos os inúmeros excessos, na comida e na bebida, que se comete neste período. Gasta-se mais do que se pode. E ainda por cima o ambiente é dominado por comemoração vazia, por figuras mitológicas como duende e gnomos. A cena, que deveria no mínimo pertencer a Cristo, é dominada pela figura do Papai Noel, que entrou na história sabe-se lá por qual caminho.

Entretanto, mesmo diante desses fatos, muitos líderes e cristãos escolhem celebrar o Natal, e o celebram com alegria e intensidade. Por quê?

Celebrando o Natal

Primeiramente porque, independente da data, o Verbo se fez carne e habitou entre nós. O Eterno entrou no tempo e se fez homem. Este fato é grandioso, e ter uma data em que esta verdade pode ser proclamada é muito precioso.

Segundo; se não há mandamento para que se comemore a data, também não há proibição. Não há nenhuma ordem contra a comemoração do nascimento de Cristo.

Em terceiro lugar, pode-se fazer uma analogia com o Dia da Bíblia. Também não é uma comemoração ordenada nas Escrituras e, mesmo assim, é uma bênção poder usar este dia para exaltar a Palavra de Deus.

Em quarto lugar, o fato de 25 de dezembro ter sido dedicado a um deus pagão, não significa que eu o esteja adorando nesta data. Na maioria das vezes, se os pesquisadores não nos dissessem, nada saberíamos sobre ele. Também não significa necessariamente uma tentativa do imperador Constantino de paganizar o cristianismo. É mais provável que sua intenção fosse cristianizar o Império. Mesmo que ele tenha errado em sua estratégia, provavelmente não estava conspirando contra Cristo.

E por último, como nós nos sentiríamos se algum feriado idólatra de hoje fosse substituído por algum outro que exaltasse as verdades divinas? Não seria bom?

Com estes pensamentos, muitos permanecem fazendo do Natal uma ocasião de comemoração para a glória de Deus.

O que fazer?

Em minha opinião, e é apenas minha opinião, aprecio tanto um como o outro. Aprecio aquele que, entendendo um paganismo encoberto, se afasta do Natal. Isto de modo algum significa que ele se afastou de Cristo. Pelo contrário, ele não comemora o Natal por amor a Cristo.

E, embora possa parecer um paradoxo, também aprecio aqueles que preferem usar o Natal para proclamar a preciosa verdade da encarnação do Verbo, pois colocam Jesus no centro dessa comemoração e convidam a todos a se renderem àquele que nasceu em Belém.  Eles também o fazem por amor a Cristo.
Contradição? Paulo escreveu aos Romanos, em contexto diferente, mas em desafios semelhantes:

Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.  Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos. Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus. Porque está escrito: “ ‘Por mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus’. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. (Romanos 14.5-12)

Somente não posso aceitar aqueles que celebram o Natal sem colocar Cristo no centro, que nada mais fazem do que exaltar Papai Noel e seus duendes, que com nada mais se preocupam do que panetones e perus. Isto definitivamente nada tem a ver com Natal. Verdade seja dita. Para muitas pessoas, o Natal é uma festa de perdição, em que os seus pecados se multiplicam. Estes com certeza profanam a data.

Já há muito deixei de assistir aos filmes sobre Natal, por mais bonitos que sejam e por melhores que sejam suas mensagens. Durante duas horas o nome de Cristo sequer é mencionado. Isto não é Natal, é um engano. “Tudo me é lícito, mas nem tudo edifica” (1Co 10.23).

Se você quer fazer o certo, coloque Jesus em seu Natal ou o abandone de vez. Pense nisso.

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