Introdução

“É um ensinamento de amor que prega que o ser humano é filho de Deus, que o mundo da matéria é projeção da mente e, também, revela-nos qual é a nossa verdadeira natureza. É uma filosofia que transcende o sectarismo religioso, pois acredita que todas as religiões são luzes de salvação que emanam de um único Deus.”

Assim se define a si mesma a Seicho-no-Ie. A expressão japonesa seicho-no-ie (lê-se: seitiôno) quer dizer “lar do progredir infinito”. Com certeza, trata-se de um dos movimentos religiosos de origem japonesa que mais progrediu no Brasil. Enfatiza o não sectarismo religioso, as práticas de gratidão à família e a Deus, e o poder da palavra positiva que influencia na formação de um destino feliz e do universalismo. Sua influência transcende em muito a comunidade japonesa e oriental, ainda que tenha se originado no meio dessa comunidade e nela esteja sua maior força. Como se pode ver pela declaração acima, seu senso ecumênico é muito forte.

Ao avaliarmos esse grupo, temos de reconhecer que se há nele alguma referência ao cristianismo, essa referência só existe porque uma vez plantada em solo cristão, em algum momento, torna-se necessário se relacionar com o mesmo. De fato, não existe nenhuma raiz cristã legítima na Seicho-no-Ie. Não é uma distorção do pensamento ou da teologia cristã e sim uma seita com características budistas que se estabeleceu em solo cristão. É essa característica que prepondera nas páginas que comporão nosso estudo nos próximos capítulos.