Introdução

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Ensinar as novas gerações foi algo que sempre esteve no coração de Deus, desde que formou o seu povo na terra. O Senhor sabia que a nova geração precisaria preservar o depósito confiado (Rm 3.2) e crescer no conhecimento desse conteúdo.

Jesus, o Mestre por excelência, também ordenou aos discípulos que fossem “ensinar as nações” (Mt 28.18-20). Logo, a didática sempre fez parte do propósito de Deus para o povo das Escrituras. Uma vez que o ensino e o aprendizado são assuntos voltados à mente humana, há uma grande necessidade de se conhecer alguns princípios da psicologia e da mente humana que envolvem o  aspecto educacional. A Bíblia comenta muito este assunto. Vejamos:

“Ensina o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6.6-9).

“Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas” (Sl 145.4).

Há muitas definições sobre a educação, e cada uma delas possui sua própria abrangência, seu próprio foco. Entre tantas definições, podemos citar a do sociólogo francês Emile Durkheim (1858–1917), que assim se expressa: “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, está destinada”.

Segundo Paulo Freire, a educação é “uma geração transmitindo os conhecimentos adquiridos para a geração seguinte da forma mais eficaz possível. Em parte, tornando-a depositária do saber acumulado e, em parte, capacitando-a a aprender mais e melhor, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Ainda, segundo ele, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou construção”.

Paul Fauconnet, outro pensador moderno, apoiando-se na definição de Durkheim, propõe seu próprio conceito de educação: “Educação é a socialização da criança”.

Essas maneiras de encarar a educação tornam o homem um ser social. O ser humano só é ser humano dentro de um contexto grupal. “O homem é um animal político” por causa da sua necessidade de viver em grupo, diria Aristóteles. Educar é inserir o homem dentro desse grupo, ou melhor, torná-lo apto para conviver nos diversos grupos que terá de participar ao longo da vida.

A definição léxica é muito abrangente. Mas podemos tomar pelo menos uma delas, que se adapta perfeitamente às noções anteriores e, também, ao nosso propósito de conhecer os fundamentos da “Psicologia da educação”, o tema desta matéria. Vejamos o que Aurélio (dicionarista) diz sobre a educação: “É o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”.