Introdução

A importância da compreensão da língua materna

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28.19).

Pregar o evangelho de Jesus Cristo! Esta é a maior responsabilidade da igreja evangélica. Devemos tornar notório ao mundo as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). Sabemos que podemos fazê-lo de muitas formas; testemunhando uns aos outros, pregando, ensinando ou até mesmo escrevendo e, neste contexto, surge a necessidade fundamental do domínio de nossa língua portuguesa. Como será que estamos empregando nossa língua ao revelar a Palavra de Deus? Não deveríamos nos empenhar em fazê-lo da melhor maneira possível?

Nosso propósito nesta breve exposição sobre a língua portuguesa é tão somente motivar os nossos alunos a buscarem cada vez mais aperfeiçoar seu domínio da língua, a fim de que possam ser instrumentos mais capacitados nas mãos do Senhor. De fato, este domínio é imprescindível para uma interpretação correta da Bíblia, pois até mesmo uma “simples” vírgula ou artigo podem ser capazes de mudar completamente o sentido de um versículo. Observe:

“E ele lhe disse: Deveras, eu te digo hoje ( : ) Estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43).

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era um deus” (Jo 1.1).

Ambos os textos foram extraídos da Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras, versão utilizada pelas testemunhas de Jeová, e trazem consigo manipulações que comprometem doutrinas fundamentais do cristianismo.

No primeiro versículo, a simples omissão de uma vírgula antes da palavra “hoje” e o acréscimo de dois pontos depois dela sustentam que o malfeitor a quem Jesus dirigiu essas palavras ainda jaz no pó da terra. Com isso, ensinam que a promessa de Jesus foi feita naquele dia, mas não que o pecador estaria no paraíso naquele dia. Trata-se de um conceito completamente antibíblico. É bom lembrarmos também que, neste caso, ainda que a vírgula estivesse na posição correta, poderia haver erro de interpretação se não respeitássemos a pontuação no momento da leitura.

No segundo versículo exemplificado, a manipulação é ainda mais grave. Nele, a Sociedade Torre de Vigia acrescenta o artigo indefinido “um” antes da palavra “deus”, grafada em letras minúsculas, para sustentar a existência de dois deuses: o Todo-Poderoso, que é Jeová, e o poderoso, que é Cristo.

Estes exemplos são bastante comuns e certamente são facilmente identificados por aqueles que estudam e conhecem a Palavra de Deus. Nosso objetivo, com esta simples aplicação, é ilustrar como os elementos da nossa língua podem alterar toda a interpretação de um texto.

Também não podemos nos esquecer dos benefícios que a aplicação correta da língua nos traz em outros contextos, tais como: uma carta de apresentação, uma entrevista para obtenção de emprego etc.

Uma vez que já somos detentores dos conhecimentos gramaticais, nossa proposta aqui será expor os elementos gramaticais responsáveis pela maioria das dúvidas observadas pelas pessoas em geral. Passemos, agora, a analisá-los.