Introdução

Em um primeiro momento, o que a maioria das pessoas vê na Legião da Boa Vontade (LBV) é uma grande obra social, presente em diversos estados brasileiros. São creches, orfanatos, albergues, assistência a mendigos e atuação em outras áreas carentes de nossa nação. Por causa de suas obras assistenciais, a LBV goza de grande prestígio junto ao povo. Segundo as palavras da própria entidade, a  LBV desenvolve suas atividades dentro da preocupação de tratar da saúde do corpo e do espírito: “O sistema adotado pela Legião da Boa Vontade para distribuição da caridade preconizada pelo fundador desta instituição de filantropia, o jornalista, Homem de Fé, Alziro Zarur, merece especial atenção e simpatia por parte dos brasileiros. Porque se trata de um tipo de assistência social diferente de qualquer outro existente em nosso país. É que à ajuda material está vinculado o conforto espiritual que ampara e conforta as almas” (NETTO, José de Paiva. Livro de Deus: saga de Alziro Zarur, Vol.II, p. 88).

Como vemos, o trabalho vai além da simples filantropia. O elemento espiritual está presente em todas as atividades envolvidas e embora possa parecer secundária, na verdade, esse é o foco principal da instituição. No desenvolvimento do trabalho, crenças e práticas espirituais formam o contexto no qual as pessoas atuam ou são assistidas. E esse fato torna tudo diferente.

Quais são essas crenças e práticas embutidas no trabalho da LBV? Devem ser aceitas passivamente, sem nenhuma crítica, visto estarem acompanhadas por obras sociais? O fato de ajudar as pessoas com suas necessidades físicas isenta os ensinos da entidade ao promover crenças e práticas espirituais prejudiciais aos beneficiados? Apesar de falar tanto da Bíblia, quais ensinos são antibíblicos e, portanto, devem ser analisados à luz das Escrituras?

Devido ao seu papel social, qualquer tentativa de criticar alguns dos elementos da LBV pode ser mal compreendida. Amar e ajudar o próximo são grandes pilares do cristianismo e assim foi desde as suas raízes. Não é nessa direção que nossa atenção se dirige e sim a toda estrutura doutrinária envolvente, na qual a filantropia constitui apenas um dos elementos.

Segundo o regimento interno, a LBV foi “fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, baseada em Jo 13:34 e no evangelho, tendo por finalidade a pregação do evangelho”. A proposta é a seguinte: “Sendo uma religião simbólica, não terá hierarquia nem liturgia; não terá bens materiais nem templos: a igreja do legionário é a sua própria casa, e cada legionário é o templo de Deus.”

Como vemos, trata-se claramente de uma religião com ênfase filantrópica. A assistência aos necessitados não pode ser posta em questão. Mas seu conteúdo religioso precisa ser analisado à luz da Bíblia e seus adeptos precisam entender as implicações de suas crenças e suas práticas.

A influência da LBV é grande e por esse motivo suas crenças precisam ser conhecidas e seus adeptos alcançados pelo verdadeiro evangelho. Seus simpatizantes precisam saber que embora seu serviço ao próximo seja louvável, suas crenças não poderão salvá-los, nem mesmo suas boas obras. O espírito ecumênico apresentado por esse grupo religioso soma ainda mais erros aos seus ensinos distorcidos.