Introdução

“…de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8)

Esta máxima, ensinada por Jesus aos discípulos, traduz a grande diferença do cristianismo diante das outras religiões. O Deus que graciosamente se revela ao homem, pelo beneplácito da sua vontade, exige que este conhecimento seja, de igual modo, compartilhado com o próximo. E mais: também gratuitamente!

Escrevendo à Igreja de Éfeso (Ef 1), Paulo, o apóstolo dos gentios, melhor do que qualquer outro, entendeu que, ao conhecermos o mistério da sua vontade por meio do amado (Jesus), isso deveria gerar em nós ações de amor altruístico, e nunca um sentimento de egoísmo. Na frase “…com o fim de sermos para o louvor da sua glória…” (v.12), ele ensina que somos chamados para revelá-lo aos outros na dispensação da plenitude dos tempos (v.10).

Este sentimento, gerado na Igreja primitiva, de querer compartilhar este novo conhecimento (Deus) com o próximo, fez chegar o evangelho até nós. É nisto que resulta a missão da Igreja: fazer Deus conhecido do mundo!

Isto não ocorre com as outras religiões. Não existe este impulso evangelístico em nenhuma outra crença: islamismo, hinduísmo, xintoísmo, e muito menos no judaísmo, que se tipificou como uma religião étnica e exclusivista, inclusive gerando problema nos primeiros dias da Igreja, até que a perseguição dispersou-os pelos quatro cantos do mundo.

Este sentimento exclusivista judaico também pode ser exemplificado quando, no milagre da transfiguração (Mt 17), Pedro prontamente propôs: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”. Ele havia se esquecido da principal razão da missão do Messias: de que havia um mundo para ser salvo. Se ele estava ali, isso era o bastante.

Mas Jesus, mesmo estando no sopé da montanha, sabia que tinha um encontro com uma pobre mãe desesperada pela situação espiritual miserável que vivia seu filho. E se ele atendesse o pedido de Pedro, não poderia salvá-lo.

Dentro deste contexto, entendemos que não há razão para uma teologia (estudo de Deus) que não resulte em ação missionária e em estratégias evangelísticas. Nas palavras de Pedro Savage: “A teologia bíblica é, em essência, missiológica”.

Por este motivo, e principalmente, que este curso teológico da Saber e Fé valoriza esta matéria. Nossa ênfase é gerar teólogos com paixão missionária! Mais evangelistas, e menos filósofos! Teólogos que, como Paulo, sabendo da grande responsabilidade que desde o caminho de Damasco pesava-lhe os ombros, expressou-se assim: “Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16)

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