Introdução

O budismo tem seu nome derivado de seu fundador, que recebeu a designação de “Buda”, que significa “o iluminado”. É um sistema ético, religioso e filosófico fundado pelo príncipe hindu Sidarta Gautama (563-483 a.C.), ou Buda, por volta do século VI. O relato da vida de Buda está cheio de fatos reais e lendas, as quais são difíceis de serem distinguidas historicamente entre si. Independente disso, o budismo é a terceira religião com maior número de adeptos no mundo, depois do cristianismo e do islamismo.

Sendo uma religião tipicamente oriental, foi muito pouco conhecida no Ocidente, pelo menos na prática, em boa parte da era cristã. Sua presença no Brasil é bastante restrita e se deu principalmente devido à imigração japonesa e de outras minorias asiáticas. Estatisticamente, seus números são bastante reduzidos e pouco significativos em nosso país.

Entretanto, não podemos ignorar que com a influência da Nova Era, não somente o Brasil, mas todo o continente americano, e ainda mais o Ocidente, tem-se dobrado as crenças ligadas ao budismo. Artistas famosos como Edson Celulari (Brasil) e Richard Gere (EUA) contribuíram bastante para uma aceitação do budismo. Versões populares do budismo, recheadas de crendices, também ganharam espaço. A cultura de modo geral, principalmente aquela derivada do cinema, tem dado espaço às crenças ligadas ao budismo.

Recentemente, a popularidade do Dalai Lama, líder do budismo tibetano, serviu para divulgar uma imagem positiva dessa religião no Ocidente, embora a versão tibetana seja apenas uma das menores divisões budistas.

O crescimento do Evangelho em países onde o budismo dominava ou predominava, como o caso da Coreia do Sul, é uma prova do quanto é possível levar Cristo aos budistas. Apesar das grandes diferenças entre cristianismo e budismo, ainda assim é possível encontrar “pontes”, pontos de contatos que tornarão possível demonstrar aos budistas e simpatizantes a necessidade de se crer em Cristo para a vida eterna.

O budista no mundo ocidental talvez não seja tão rígido quanto aqueles inseridos em sua própria cultura oriental. Nos países de maioria budista, talvez muitos se agarrem ao budismo como uma forma de garantir sua identidade. Já no Ocidente, muitos o fazem mais guiados pelo modismo oriental que tem-nos assolado. De qualquer forma, é mais provável que o vínculo da maioria seja bastante tênue.

Seja por motivos culturais ou por motivos de curiosidade, a verdade é que existem budistas e simpatizantes em nosso meio e em algum momento podemos vir a encontrá-los. O que dizer a ele, o que não dizer a ele, e ainda como avaliá-lo são conhecimentos necessários para quem deseja ser eficaz no evangelismo. Não podemos também esquecer que muitos, por razões de trabalho ou mesmo de casamento, terminam por se relacionar com um número grande de budistas. Saber o que fazer torna-se assim uma grande necessidade.

O budismo é anterior ao cristianismo em termos cronológicos, mas sobreviveu através de muitas adaptações e versões. Assim, devemos estar atentos, pois qualquer conhecimento acerca do budismo pode se chocar com manifestações bem diferentes dentro de suas muitas correntes. Além das alterações ocorridas nas diferentes linhas do budismo, diferenças locais também podem ser encontradas. Por isso deve-se chegar ao âmago, à essência do que é o budismo, para que se possa iniciar um diálogo evangelístico sem maiores tensões ou contradições.