Introdução

Cada época tem seus desafios e não seria justo considerar que o cumprimento da Grande Comissão é mais difícil hoje do que foi na época dos apóstolos, ou na época da Reforma, ou durante o Iluminismo. Dispomos hoje de tecnologias de comunicação e de transportes sequer sonhado em outras épocas e lugares. Possuímos recursos inimagináveis para os missionários do século XIX. O número de cristãos hoje é muito maior do que há duzentos anos. Esses fatos não podem ser ignorados.

Todavia, a mentalidade do mundo também é outra. Religiões antigas se fortaleceram e ideologias novas surgiram. Estas se opõem fortemente à pregação do Evangelho. Nações que outrora foram baluartes da fé cristã, foram tomadas pelo materialismo, pelo ceticismo e por um ateísmo militante que combate a religião com um empenho quase missionário.

Por ocasião da grande conferência em Lausanne, Suiça, em 1974 o objetivo de terminar a obra de evangelização mundial foi acompanhada por uma análise dos grandes desafios a serem vencidos. O islamismo, o secularismo, o marxismo e as novas religiões foram alguns dos pontos levantados. De lá para cá esses elementos se tornaram ainda mais fortes e outros novos surgiram. Sem falar nos inimigos internos que enfraquecem a igreja e sua visão missionária.

Além disso, temos os desafios inerentes à tarefa missionária: a língua, a cultura, os recursos financeiros, a falta de vocacionados, os esforços envolvidos. Quando somamos aos demais, temos diante de nós uma tarefa hercúlea que os recursos da modernidade nem sempre serão capazes de suprir ou mesmo com eles se exigirá um esforço humano quase sobrenatural. Essa é a tarefa missionária.

Nossa lista não é exaustiva, mas poderá servir de base para nortear a ação, ou pelo menos a reflexão missionária. De qualquer forma, os propósitos da Grande Comissão nunca estiveram tão perto de ser cumpridos em toda a sua plenitude.

Não importa se não somos missionários ou se não estamos diretamente envolvidos com o trabalho missionário. Somos cristãos e nossa mente precisa estar consciente do que precisa ser realizado porque esta é a única razão pela qual estamos aqui.