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Bem-aventurados os pobres

Atualmente, muito se fala sobre a importância da prosperidade financeira como sinal de que a benção de Deus chegou e, por conta disso, muitas vezes são esquecidas todas as outras áreas que vem sendo trabalhadas por Deus dia após dia em nossas vidas.

A prosperidade financeira tem perdido seu sentido literal, pois prosperidade, que é a ausência de necessidades, tem sido confundida com abundância, ou melhor, ter dinheiro sobrando. É considerada o auge das bênçãos de Deus, superando, muitas vezes, os dons espirituais.

Nesse contexto, precisamos analisar algumas passagens bíblicas que nos alertam sobre o que está em jogo: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Tm 6.9-10).

Será que o auge da benção de Deus seria algo que traz perigo para a nossa própria salvação?

Outra passagem para refletir: “Olhando para os seus discípulos, ele (Jesus) disse: Bem-aventurados vocês, os pobres, pois a vocês pertence o Reino de Deus” (Lc 6.20) e “Mais ai de vocês, os ricos, pois já receberam sua consolação” (Lc 6.24).

Será que Deus não gosta dos ricos? Ou será que os ricos não gostam de Deus?

Em meio a essas questões, encontrei, no livro O Jesus que eu nunca conheci, de Philip Yancey, uma ótima lista, desenvolvida por Monika Hellwig, dos motivos pelos quais os pobres são bem-aventurados. Vejamos:

  • Os pobres sabem que têm premente necessidade de redenção;
  • Os pobres reconhecem sua dependência de Deus e de pessoas “poderosas” e, também, de sua interdependência uns dos outros;
  • Os pobres depositam a segurança não nas coisas, mas nas pessoas;
  • Os pobres não têm um senso exagerado de sua própria importância e nenhuma necessidade exagerada de privacidade;
  • Os pobres esperam pouco da competição e muito da cooperação;
  • Os pobres conseguem distinguir entre necessidade e luxo;
  • Os pobres podem esperar, porque adquiriram uma espécie de paciência obstinada nascida de uma dependência reconhecida;
  • Os temores dos pobres são mais realistas e menos exagerados, porque já sabem que podem sobreviver aos grandes sofrimentos e necessidades;
  • Quando os pobres ouvem a pregação do evangelho, o evangelho soa como boas-novas e não como uma ameaça ou repreensão;
  • Os pobres podem reagir ao apelo do evangelho com certo abandono e com inteireza descomplicada, porque têm pouco a perder e estão prontos para tudo.

O próprio Yancey nos aconselha a substituir o termo “pobres” por “ricos” e ver se a lista continua fazendo sentido. E, ainda, a substituir as palavras “os pobres” por “eu”. O leitor verá que o resultado causará grande impacto.

Definitivamente, Jesus sabia do que estava falando, pois conhecia e conhece o coração do homem e também sabe o quanto Satanás se aproveita do homem quando este se entrega ao “pecado do querubim guardião”: a soberba. Os perigos da riqueza: autossuficiência, sedentarismo na fé e felicidade nas circunstâncias.

O homem de Deus deve estar plenamente preparado e apto para o ministério, antes de ver as comportas dos céus se abrirem e derramarem bênçãos sem medidas.

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, disse o tio de Peter Parker, no filme Homem-aranha. O que ouvimos de sábio no mundo sempre tem sua origem na Palavra de Deus: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48b).

Quer ter muito dinheiro? Prepare-se para a responsabilidade que esse fato acompanha. Está preparado? Deus o sabe, e, se estiver, Deus pode lhe dar. Faça bom uso!

“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza” (Pv 11.24).

Comentário

  • Tatiana
    Responder

    Amém.
    Que a todo momento a Palavra de Deus esteja escondida em nossos corações para não pecarmos contra Deus.
    Deus te abençoe grandemente.

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